Entrevista com... Prof. Rui Rodrigues

terça-feira, 10 de março de 2009


Qual o nome e idade?
Rui Rodrigues, 31 anos, sou professor de Ginástica Artística Masculina e também tenho uma classe de play gim.

E como surgiu a ligação ao Boavista?
A ligação já é antiga. Eu fui atleta de alta competição, não comecei no Boavista, mas já nos meus últimos anos mudei para o Boavista e fui atleta deste clube e, já há uns anos atrás, fui treinador do Boavista, de algumas classes. Portanto, a ligação já é antiga, desde a minha tenra idade que conheço o Boavista e as pessoas do Boavista, no que concerne à ginástica artística.

Que palmarés tem, enquanto atleta?
Fui seis vezes campeão nacional de ginástica artística masculina, duas delas como júnior e quatro delas como sénior. Agora, pelo Boavista penso que foram duas vezes, mas não tenho bem a certeza. Participei em várias competições internacionais, nomeadamente uma competição que teve uma grande tradição aqui no Norte, que foi o Torneio Internacional do Boavista, de ginástica artística, em que participavam atletas de várias nações, era uma competição muito prestigiada, mesmo lá fora, mas por dificuldades financeiras o Boavista não pode continuar a organizá-la. Portanto, participei nessas competições, variadíssimas vezes, participei noutras, campeonatos da Europa, campeonatos do Mundo, campeonatos regionais, nacionais, troféus dos mais variados e com diversas medalhas nessas competições. O palmarés é vasto para estar aqui a expor tudo, nem eu próprio sei.

A nível da ginástica artística, em que consiste exactamente a ginástica artística masculina?
A ginástica artística masculina é um desporto já antigo, já tem vários anos de existência. Desde os primeiros jogos olímpicos que se pratica a ginástica artística, é em tudo semelhante á feminina, em que existem os aparelhos onde os atletas têm de fazer os diversos exercícios, a composição dos exercícios, mas que, na feminina, são aparelhos específicos para a feminina e na masculina são aparelhos específicos para a masculina. Portanto, é um desporto em que existem seis aparelhos e os atletas tem de fazer obrigatoriamente os seis aparelhos e, nesses seis aparelhos, têm de ter uma composição de exercícios que lhes depois dará uma nota final, soma-se as seis notas finais e depois do somatório, fica a classificação final.

A nível de praticantes, em que pé está o Boavista neste momento?
Neste momento, esta a tentar recomeçar a ginástica artística masculina. Esta a tentar recomeçar de novo a tradição que teve e pode-se dizer que ainda tem, mas que, pelas tais dificuldades financeiras, houve um interregno de alguns anos, em que se ficou sem as classes de ginástica artística e agora está-se a tentar recomeçar. Temos ums classe, com poucos atletas, mas existe e as coisas para começar tem de começar de alguma maneira, nem que seja com um. É uma nova etapa.

Neste momento, só existe uma classe aqui no Boavista?
Sim, de ginástica artística masculina, sim.

Que faixas etárias abrange?
Está aberta a todas as idades, mas para competição a partir dos 5/6 anos até aos 9/10, porque se um rapaz que venha especificamente para se inscrever na ginástica artística masculina, se já tiver 10 anos, já é um pouco tarde para começar um trabalho dirigido à competição. Portanto, as idades na classe são flexíveis, pode-se entrar com 5, com 6, com 7 ou com 8, mas começa a haver ali uma idade em que já não é muito aconselhável por causa do tempo de evolução que se leva, porque é um trabalho complexo. Com 9/10 anos já é um bocadinho tarde. Quem começar aos 5 ou aos 6 pode ir até aos 30, se quiser.

Mas tendencialmente as carreiras na ginástica acabam mais cedo…
São mais curtas, sim. Mas existem ginastas que fazem competição até aos 30 anos, são poucos mas existem. Mas a carreira, se alguém fizer carreira como ginasta, o que em Portugal, é muito raro ou inexistente praticamente, pode-se dizer que é curta, até é mais curta do que um futebolista, por exemplo, utilizando a analogia e o que se conhece correntemente do público em geral.

Estando numa classe direccionada para meninos, não nota algum preconceito da parte deles em praticar ginástica?
Não, noto é dificuldades, preconceito não. Por serem rapazes, têm mais propensão para outro tipo de desportos. O preconceito não o sinto, mas há, penso eu, não noto isso. Preconceito deles sentirem que estão a praticar uma actividade menos masculina ou com atitudes menos decorrentes de outros desportos, mais máscula, de atacar pela direita, com a bola. Este desporto não é assim, no entanto, não noto nenhum preconceito.

Mas essas dificuldades que referiu, que tipo de dificuldades sente?
Dificuldades são devido à especificidade em si, que é complexo, exige muita dedicação, muito trabalho, exige também algumas qualidades físicas. Há certos rapazes que têm certas dificuldades na aprendizagem, ou por serem pouco flexíveis, ou porque são muito altos, ou são descoordenados, enfim, há um leque alargado de questões que, todas elas se revelam dificuldades. E é complicado gerir, tem de se ir gerindo conforme dá.

Falou-me do playgym. Em que consiste exactamente o playgym?
O playgym é uma variante da ginástica artística. É uma variante mais acessível, ou seja, o conceito que está por detrás do playgym, até pela própria palavra, “brincar à ginástica”, tentar fazer ginástica mas de uma forma divertida e de uma forma que não seja muito puxada nem muito difícil, que se vá aprendendo passo a passo conforme se consegue, como se fosse numa actividade extracurricular na escola. Por exemplo, pintura, uma pessoa vai aprender a pintar, hoje vou aprender a pintar desta maneira, depois para a semana vou lá e faço outra pintura diferente, e o conceito é um pouco esse. Aí sim é que as idades são abrangentes, está aberto a todas as idades, desde os 3 até aos 40, 70, 60, conforme as pessoas acharem e as suas capacidades ditarem. Mas o conceito é ginástica artística, fazer os aparelhos, ou dois, ou três ou quatro aparelhos, as pessoas podem escolher, há alguma flexibilidade, existem graus e depois vai-se evoluindo, vai-se passando de grau em grau. É um conceito simples e até acessível.

3 comentários:

Anónimo,  7 de novembro de 2009 às 14:28  

espero que tenhas sorte nesta nova aventura pois tu mereces parabens rui

Dra. Ercilene 12 de abril de 2010 às 18:44  

Rui olá tudo bem?
Escolhi você como professor a ser entrevistado e aproveitei esta entrevista para fazer meu trabalho de pesquisa em Educação Física.
Gostaria de saber se poderia responder minhas perguntas formuladas pelo minha professora de ginástica artista.
Ficarei muito agradecida pela sua atenção e quero te desejar um grande sucesso. Ercilene Albarado Bezerra

Dra. Ercilene 12 de abril de 2010 às 18:46  

ENTREGAR UMA AULA ANTES DA AV1

“ANEXO”1 – Sugestão de entrevistas ao visitar uma aula

ENTREVISTA COM O PROFESSOR:
1) Nome completo.
2) Idade.
3) Tempo de atuação na Ginástica Artística
4) Por que escolheu trabalhar com a Ginástica Artística?
5) Como e quando se envolveu com a Ginástica Artística?
6) O que / como fazer para aprimorar seus conhecimentos na Gin. Artística?
7) Qual a faixa etária de maior procura pela Gin. Artística?
8) O que mais motiva os alunos a procurarem a Gin. Artística?
9) Quantas aulas na semana devem ter as aulas de iniciação na Gin. Artística?
10) Quantas horas por semana devem ter os treinos na Gin. Artística de performance?
11) A sua entidade oferece aulas de Gin. Artística para pessoas que não sejam jovens? Por que?
ENTREVISTA COM O ALUNO:
1) Nome completo.
2) Idade.
3) Há quanto tempo você pratica a Ginástica Artística?
4) Por que escolheu praticar a Ginástica Artística?
5) Como e quando se interessou pela Ginástica Artística?
6) De que forma a Gin. Artística colaborou no seu dia-a-dia?
7) O que pretende atingir com a prática da Gin. Artística?
8) Quantas horas/dias por semana você desejaria fazer aulas de Gin. Artística? Por que?

ENTREVISTA COM O RESPONSÁVEL:
1) Nome completo.
2) Idade.
3) Há quanto tempo seu filho pratica a Ginástica Artística?
4) Por que você colocou seu filho para praticar a Ginástica Artística?
5) Você já ouviu falar que a Gin. Artística impede o crescimento dos praticantes? Quem disse? Você acredita?
(O entrevistador deve dizer se isto é verdade ou não e porque)
6) Você percebeu melhora no convívio social do seu filho após iniciar as aulas de Gin. Artística? (Brinca mais, fala mais, participa...)
7) O que você espera do seu filho na da Gin. Artística?

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